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CFD ( Computational Fluid Dynamics, ou Dinâmica dos Fluidos Computacional) é a análise de sistemas fluidos por meio de simulações computacionais. Essa técnica permite estudar fenômenos como fluxos de ar, transferência de calor e até mesmo reações químicas. Aplicável em praticamente todos os setores industriais, o CFD é amplamente utilizado em áreas como:
Ventilação industrial;
Dispersão de poluentes;
Turbo máquinas;
Análise de carga térmica;
Simulação de combustão interna.
Com suas vastas aplicações, o CFD se tornou essencial para garantir a eficiência e segurança em diversos projetos.
O CFD surgiu na década de 1960 como uma solução para a indústria aeroespacial, ajudando a prever o comportamento de sistemas fluido-dinâmicos em aeronaves e motores a jato. Mais tarde, suas aplicações foram expandidas para turbinas a gás, fornos e a indústria automotiva, que passou a utilizar simulações para reduzir a resistência ao arrasto e otimizar fluxos de ar ao redor de veículos.
Na década de 1990, com a evolução das interfaces de software, o CFD alcançou novos mercados, incluindo HVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) e a dispersão de poluentes atmosféricos.
A utilização do CFD traz inúmeras vantagens para projetos industriais, como:
Redução de tempo e custos: Minimiza a necessidade de protótipos físicos, acelerando o processo de desenvolvimento.
Análise de processos complexos: Permite estudar sistemas grandes ou caros para experimentação, como exaustão industrial ou fluxos em espaços confinados.
Segurança em condições perigosas: Simulação de cenários de acidentes, como dispersão de gases tóxicos.
Alto nível de detalhamento: Proporciona resultados detalhados, como perfis de pressão, temperaturas, velocidades e concentrações.
Para garantir resultados precisos, um estudo de CFD segue etapas bem definidas:
Modelagem 3D:
Definição do volume fluido (domínio computacional) a ser estudado.
Realizado em softwares CAD, como SolidWorks e SpaceClaim.
Geração da Malha:
Discretização do domínio computacional em subdomínios menores.
Fundamental para capturar detalhes da simulação.
Setup:
Configuração dos fenômenos físicos (fluxo, calor, reações).
Definição das propriedades do fluido e condições de contorno.
Solver:
Resolve as equações matemáticas usando o método dos volumes finitos.
Processo iterativo, pode durar de minutos a semanas, dependendo da complexidade.
Pós-Processamento:
Visualização dos resultados (gráficos de pressão, temperaturas, pathlines e vetores).
Crucial para interpretação e apresentação dos dados.
O CFD tem mostrado grande eficiência em diversas áreas, incluindo:
Dispersão de gases: Estudo do movimento de contaminantes atmosféricos em espaços confinados.
Ventilação Industrial: Projetos de exaustão e diluição (VGD e VLE).
Filtragem de ar: Desenvolvimento de sistemas mais eficientes.
HVAC: Otimização de sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado.
Embora o CFD tenha avançado significativamente, desafios como custos computacionais elevados e limitações dos modelos matemáticos ainda existem. Novas técnicas de discretização e geração de malhas continuam sendo desenvolvidas para aprimorar sua precisão e acessibilidade.
No contexto de ventilação industrial, o CFD oferece:
Visualização antecipada de resultados: Ajuda a prever o desempenho de projetos antes de sua implementação.
Maior eficiência: Permite o desenvolvimento de sistemas mais eficazes na captura e diluição de contaminantes.
Qualidade do Ar Interior (QAI): Reduz o acúmulo de gases tóxicos em ambientes de atmosfera confinada.
A imagem ao lado mostra a análise por CFD da ventilação natural em uma indústria de redução mineral
A ATMOSCLEAN é pioneira no Brasil em projetos de CFD aplicados à ventilação industrial e simulações de espaços confinados. Nossa equipe especializada atua em todo o território nacional, oferecendo soluções personalizadas para:
Estudos de dispersão de gases;
Projetos de VGD e VLE;
Análise crítica de grandes projetos industriais.
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No que diz respeito à ventilação de espaços confinados, a NR33 e a NBR16577 possuem recomendações para seleção, instalação, uso e manutenção de equipamentos. Conforme expõe a NR 33, os riscos atmosféricos são as principais causas de acidentes em espaços confinados, assim, a ventilação é usada como forma de manter a concentração de oxigênio dentro de uma faixa segura e também promover conforto térmico (através da remoção de carga térmica) e respiratório (através da diluição e extração de contaminantes) dos trabalhadores.
A ventilação ideal é determinada através do dimensionamento da vazão de ar para Ventilação Geral Diluidora (VGD) e para a Ventilação Local Exaustora (VLE), assim, algumas informações são fundamentais para os cálculos de vazão e para seleção dos equipamentos adequados para esta função, tais como:
· Geometria e Volume do Espaço Confinado (EC);
· Quantidade e dimensional das aberturas e disposição das mesmas no EC;
· Interferências externas e internas ao EC;
· Poluentes presentes no ambiente: propriedades físicas, toxicológicas e taxa de geração dos contaminantes;
· Número de trabalhadores no interior do EC;
· Carga térmica gerada no interior do EC;
· Tipo de trabalho que será executado no interior do EC.
Mais especificamente, a VGD tem a função de promover um determinado número de renovação de ar por hora – usualmente entre 10 e 60 renovações por hora conforme especifica a NR33. Esta pode ser promovida através da Exaustão ou do Insuflamento, sendo que para ambientes com geometrias não favoráveis ao fluxo de ar, é recomendado o uso simultâneo da Exaustão e do Insuflamento.
Já a VLE tem a função de coletar os poluentes junto a fonte que os produz, evitando assim, que os contaminantes se espalhem no ar. Normalmente a VLE é composta de um captor, dutos flexíveis e um ventilador centrífugo. Portanto, deve-se, ao utilizar a VLE, posicionar o captor o mais próximo possível do ponto de geração de contaminante, de forma a criar um fluxo de ar que promova o afastamento dos poluentes da zona respiratória dos operadores.
Imagem representando um sistema VLE
Alguns cuidados são recomendados em instalações para Ventilação de Espaços confinados, tais como:
· Levar em consideração a densidade relativa dos gases no interior do EC para posicionamento da captação e reposição do ar;
· O ar de reposição deve ser limpo, livre de contaminantes atmosféricos;
· Evitar curto circuito (retorno do ar que foi retirado do EC);
· Evitar o bloqueio do fluxo de ar por lonas, papelões, panos entre outros;
· Evitar o posicionamento dos bocais de descarga e/ou captação de ar próximas a paredes ou possíveis bloqueadores de fluxo;
· Evitar o esmagamento dos dutos flexíveis, tanto durante as operações quanto no seu armazenamento;
· Monitores de gás devem ser utilizados simultaneamente à ventilação.
Além disso, no caso de dúvidas, estas devem ser esclarecidas com pessoal técnico especializado em Ventilação e Espaços confinados.
Assim, observa-se não apenas a importância da Ventilação em Espaços Confinados para a saúde humana, mas também sua complexidade e a necessidade de desenvolvimento de conhecimento técnico para que as instalações sejam realizadas de forma a promover a segurança dos trabalhadores.
Veja no link abaixo um case de ventilação de espaço confinado, onde é aplicada VGD no ambiente contaminado por fumos metálicos:
Após inúmeros acidentes em Espaços Confinados (EC), no decorrer das últimas décadas foram desenvolvidas técnicas e equipamentos que visam a proteção dos trabalhadores nestes ambientes. Objeto de estudos de técnicos, engenheiros e até cientistas, os espaços confinados possuem algumas características que os tornam peculiares, sendo uma das principais, os riscos atmosféricos. A fim de minimizar tais riscos surgiram várias disciplinas, dentre elas, como ramificação das engenharias, a ventilação de espaços confinados.
A ventilação de espaços confinados pode ser implementada de diversas formas e com as mais variadas funções no que diz respeito à manutenção da segurança laboral. Assim, podemos dividir em duas linhas de estudos, a Ventilação Geral Diluidora (VGD) e a Ventilação Local Exaustora (VLE). Podemos ainda subdividir a VGD em três, que basicamente diz respeito ao método de implementação e que é o objeto de nossa análise.
Este método de ventilação além de promover todos os benefícios naturais de um sistema de ventilação, tem por característica promoção da pressão positiva no ambiente. A pressurização positiva produz fluxo de ar na direção perpendicular às aberturas do ambiente no sentido interno-externo. Portanto, a pressurização positiva pode ser aplicada para evitar que contaminantes existentes na atmosfera das vizinhanças adentrem ao espaço confinado.
Além da pressurização positiva, a insuflação mecânica pode ser aplicada com outros objetivos, tais como o direcionamento do ar limpo para determinadas regiões dentro do espaço confinado, promover a diluição de contaminantes mais rapidamente utilizando-se da turbulência provocada pelo jato de ar, remoção de cargas térmicas de superfícies aquecidas através da convecção forçada e até mesmo proporcionar ar climatizado para conforto térmico.
Alguns cuidados devem ser tomados ao adotar a insuflação mecânica com exaustão natural de forma a evitar a geração e/ou o agravamento de riscos atmosféricos. Em especial, mas não se restringindo, devemos prestar atenção em locais com concentrações elevadas de pós em suspensão, pois a turbulência do ar provoca maiores riscos de explosões em decorrência de pós; locais que possuam líquidos inflamáveis ou tóxicos com baixa pressão de vapor, uma vez que o movimento do ar aumenta a taxa de vaporização; a contaminação das regiões no entorno do EC devido ao deslocamento do ar pelas aberturas e a dispersão da carga térmica dos ventiladores no interior do EC.
Tem por característica a formação de pressão negativa que também produz deslocamentos de ar na direção perpendicular às aberturas do ambiente, porém no sentido contrário à pressurização positiva. Ou seja, quando um ambiente é pressurizado negativamente, o deslocamento do ar ocorre no sentido externo-interno através das aberturas do recinto. A pressurização de ambientes por pressão negativa tem como principal função evitar que contaminantes gerados no interior do ambiente se desloquem para o meio externo. Esta é a metodologia aplicada quando, no interior dos ECs, há gerações de poluentes atmosféricos que não podem ser controladas por VLE e que não podem contaminar o entorno.
A VGD por Exaustão Mecânica também é bem empregada objetivando-se a coleta de contaminantes dispersos no ar do EC; a entrada de ar limpo pelas aberturas do EC; a descarga do ar contaminado em local adequado, evitando-se a dispersão dos contaminantes nos ambientes do entorno e menores efeitos de resfriamentos indesejáveis em processos a quente.
Por outro lado a VGD por exaustão mecânica e insuflação natural também deve ser aplicada com cautela em alguns casos pois ela teria pouco efeito sobre fontes poluentes distribuídas ou de grandes superfícies; menor efetividade, quando comparada à insuflação mecânica, na diluição de contaminantes já dispersos e a descarga do ar pode gerar níveis não aceitáveis de contaminações em regiões críticas.
Pode ser usada aproveitando-se das vantagens da insuflação e da exaustão mecânicas, alcançando-se resultados de ventilação ainda melhores.
Quando se deseja controlar a qualidade do ar por meio de pressurizações entre ambientes deve-se primeiramente saber que tipo de contaminantes deseja-se manter sob controle, pois suas características físico-químicas indicarão o nível de pressurização adequado. Obviamente os níveis de pressão em ECs não possuem exigências de controle atmosférico como as requisitadas em salas limpas, na maior parte das vezes, quando utilizada a ventilação por insuflação mecânica e exaustão natural ou insuflação natural com exaustão mecânica, o simples dimensionamento das renovações de ar adequadas ao EC já proporciona níveis de pressurização aceitáveis para os objetivos em questão, por isso, não é usual calcular as vazões dos sistemas em função do nível de pressurização desejada como é o procedimento de cálculo de salas limpas. Porém quando a VGD for realizada de forma mista deve-se atentar para o movimento de ar através das aberturas do espaço confinado, aonde deve-se adotar velocidades de ar que evitem a passagem dos contaminantes atmosféricos através das mesmas sempre observando a direção do movimento do ar provocado pela ventilação.
Assim, a escolha entre os métodos de VGD deve ser determinada de acordo com os objetivos da ventilação, as características do ambiente e o grau de pureza necessário do ar, tanto no interior do Espaço Confinado quanto em suas redondezas. Neste aspecto, para o projeto e implementação da VGD, se faz necessário um estudo amplo e interdisciplinar de layout, máquinas, processos, interferências, materiais e riscos que se fazem presentes no Espaço Confinado e seu entorno.